O pensamento arrasta-se
e afasta-se da memória
como se proibido fosse
continuar o sonho
Ouço um ruído de fundo
que se assemelha
à turbulência
de uma tempestade
em alto mar.
As mesmas vozes,
os mesmos silêncios,
os mesmos olhares,
os mesmos pedaços de mim
que vislumbro
pregados numa outra dimensão.
Entre a névoa descubro
as tuas mãos
a ampararem-me o poiso
Ainda em desequilibrio
sinto o toque da tua pele
e a brisa dessa respiração lenta
capaz de me fazer renascer
no infinito
em pássaro parido sem rumo.
Atenta ao sibilar das outras aves
ainda consigo entrever um céu distante
murmurando em cada vaga gigantesca:
no mar também nascem flores!
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