domingo, 29 de abril de 2012

Quando a Palavra Morre



Não é a primeira vez que me perco 
No desespero de não te encontrar.
Não é a primeira vez que te procuro, 
Desesperadamente, 
Como se o mundo fosse acabar.
Não é a primeira vez que sofro, 
Desalmadamente,
Por ti, sem que te consiga segurar.

Insisto, tateio, procuro as palavras doces
(E)ternas com que gosto de te escrever.
Desenho-as no meu pensamento.
Depois, agitam-se, precipitam-se, fogem de mim,
Deixando-me implacavelmente vazia e fria.
Sinto-me esmorecer... 

Insensível, sem voz, desnudada,
Pergunto-me: porque me sinto eu assim?
Porque continuo nesta ausência prolongada de mim,
Se em outros lugares 
Há quem fale o que eu tenho para dizer,
Há quem escreva o que eu queria escrever.

Ai como dói, quando o verbo se contrai
Na palavra que morre com desejo de viver!

(eu)

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