quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Poema para o Theo




Imaginei-te,
envolto na luz clara das manhãs...
e pensei-te livre, como aquele
cuja sabedoria lhe permite caminhar
ao encontro de todas as possibilidades.

Sonhei-te tanto meu menino!
numa avidez de quem sonha o amor
só para amar.

Devagarinho pousava os lábios
no ventre de tua mãe
e em encantamento de alma permanecia
na doçura dos meses breves
que te trariam a mim.

Anunciação de vida...
num tempo em que o silêncio
deu lugar à mais bela melodia de amor.

Bem-vindo Theo!


domingo, 12 de abril de 2020

Meu Menino



Meu menino 
meu poema!

O meu sonho 
pronúncia-se
numa alegria infinita
com que te somo 
à luz da minha vida.

Gravidez d´alma
vida que cresce 
num fractal do meu ventre.

E assim 
em poesia  
anúncio-te ao mundo.

Meu neto 
meu delírio 
meu amor  

Tão profundo...!


sexta-feira, 6 de março de 2020

António Cebola - piano

 CONCERTO PARA PIANO, op. 277 de Jorge Salgueiro 4.º FESTIVAL INTERNACIONAL DE PIANO DO ALGARVE
Este sábado | estreia mundial






CONCERTO PARA PIANO, op. 277, de Jorge Salgueiro

4.º FESTIVAL INTERNACIONAL DE PIANO DO ALGARVE
7 de março, Teatro das Figuras em Faro, 21h30

4.º FESTIVAL INTERNACIONAL DE PIANO DO ALGARVE
Solista: António Cebola (piano)
Maestro: Jan Wierzba
Orquestra Clássica do Centro

Direção artística do festival: Armando Mota
Produção do festival: Artedosul
Promotores: 365 Algarve, CMF, Teatro das Figuras

bilhetes à venda

Associação Arte do Sul | 365 Algarve

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Menina da Minha Alma




Desde o tempo em que as anémonas floriam

e os arco-íris se escondiam de mim

em águas profundas

boicotando-me o olhar,

deixei-te  sentada num banco de quintal

naquele poial de pedra parda ,

onde dia a dia crescia a tua inocência.



Pensei que te perdera nas estações da vida

e recreei-te alegre

na tristeza que te conhecia no coração,

menina da minha alma,

sentada nesse banco de pedra fria

onde os sonhos te foram negados

e a esperança mascarada por vãs tempestades.



Sobreviveste a todas as intempéries

e afirmaste-te inteira sobre saltos de mulher.

Na inocência em que permaneceste,

floriste em rosa, em jasmim, em duas camélias.

Sorrindo criaste o teu jardim, e dele continuas cuidando

como no conto de Voltaire.





(eu)


quinta-feira, 17 de maio de 2018

A Vida Em Mim


Através de mim
chegam-me mares imensos,
corais, peixes,
vida em plenitude...
Um navio onde o fulgor é chama,
e uma limalha de ferro 
que me dilacera o peito.

Chegam-me dores
de uma existência diminuta,
olhos alheados 
em rios de infinitas mágoas
a mendigar ócio noutra latitude.

Chegam-me laivos 
sangrentos de despedida,
farpas soltas 
numa vida cheia de nada,
em que no sortilégio da metáfora, 
e no mistério da palavra escrita
consigo sentir-me afortunada.

Chegam-me sons oriundos 
de um mundo que desconheço,
enquanto sorvo faminta 
o pulsar do meu corpo inteiro.
E acredito ser carne 
e acredito ser gente, 
ser carne à altura do que é eterno
na morte que se demora 
a este soluçar de tédio.

Chegam-me limalhas de ferro 
embrulhadas em luz
e a obscena lucidez 
em que me detenho.



(eu)


Imagem. Laurence Winram